Em democracia, quando a direcção cessante de uma instituição se recandidata, a sua capacidade para o lugar tem que ser avaliada em função do maior ou menor grau de cumprimento do programa com que se apresentou às eleições no mandato anterior. E desse ponto de vista o balanço do cumprimento do Programa da actual direcção nacional/Lista A para o triénio 2008-2010 é muito, muito negativo: das trinta medidas com que se candidataram, 20 não foram cumpridas e das restantes apenas 3 o foram integralmente.
Não acredita? Então veja.
MAIS ARQUITECTURA
- Política Nacional de Arquitectura: Segundo o relatório de Actividades do CDN, participação num grupo de trabalho do Ministério do Ambiente (terá reunido uma vez…) e inclusão pelo Governo no seu Programa de um Política Pública de Arquitectura: ou seja ZERO MAIS!
- Criação de um Fórum Nacional das Políticas Urbanas: ZERO!
- Criação de uma estrutura técnica permanente para acompanhamento das propostas legislativas do MAOTDR: A sua criação não é referida no Relatório de actividades de 2009 (o único disponível no site da OA): mas mais importante do que uma estrutura “técnica”, seria o debate interno em torno dos diplomas e quanto a isso, ZERO!
- Promoção da discussão pública e debate sobre os grandes projectos públicos e privados: qual foi por exemplo a posição da OA sobre o Novo Aeroporto de Lisboa, o TGV, a terceira travessia do Tejo? Não houve: ZERO!
- Promover o levantamento, a divulgação e o balanço dos resultados do exercício profissional na Administração Pública: ZERO!
- Ajudar a promover a II trienal de Lisboa: desconhece-se os termos da ajuda da Ordem e sobretudo quais os custos inerentes, que no mandato anterior foram exorbitantes!
- Procurar comprometer o Pavilhão de Portugal com a Arquitectura: ZERO!
MAIS PROFISSÃO
- Propor novas políticas de Encomenda Pública: ZERO, sem esquecer o triste espectáculo dado pelo presidente João Rodeia no que respeita às adjudicações directas da Parque Escolar;
- Criar Bolsa Nacional de Oportunidades de Trabalho: ZERO!
- Implementar Colégios de Especialidade: criados os do Urbanismo e património arquitectónico, mas estão paralisados, sem qualquer actividade conhecida até ao momento: ZERO MAIS!
- Revisão do 73/73 – DL 31/2009: concluídas as negociações com resultados aceitáveis, talvez o único ponto positivo do mandato; desde então até agora nada mais foi feito, nomeadamente no sentido de preparar a classe para as novas responsabilidades;
- Criação de uma estrutura “técnica” permanente para acompanhamento das propostas legislativas que incidam sobre o exercício da profissão: resposta já dada no ponto 3, isto é ZERO!
- Rever o sistema de admissão e o regulamento de deontologia: ZERO para um e para outro!
- Participar activamente na Agência de Acreditação do Ensino Superior: não há qualquer referência no relatório de actividades, por isso ZERO!
- Criar tabela de honorários: o Governo aboliu as tabelas do MOP sob pretexto de que eram contra a livre concorrência, com a total complacência da Ordem, quando é conhecido há mais de dez anos um acórdão do Tribunal Europeu que as permite na UE, desde que sejam da iniciativa dos Governos, como acontece por exemplo na Alemanha e como existia em Portugal; o que são proibidas são as tabelas feitas pelos organismos profissionais: por isso, ZERO MENOS!
- Mecanismos de apoio aos arquitectos da Função Pública: ZERO!
MAIS CONHECIMENTO
- Acreditar a OA como entidade formadora: processo em curso mas ainda não concluído ao fim de 3 anos!
- Rede de parcerias com as Universidades: terá sido feita uma reunião com todas as faculdades de arquitectura, e assinados protocolos com algumas universidades;
- Ampliar o Inquérito à Arquitectura do Século XX: ZERO!
MAIS INTERNACIONALIZAÇÃO
- Criação de uma estrutura “técnica” permanente para acompanhamento das iniciativas comunitárias que incidem sobre a Arquitectura, a Formação e o Exercício da Profissão, em particular no âmbito do Conselho dos Arquitectos da Europa (CAE) e do Fórum Europeu das Políticas de Arquitectura (FEPA): não há informação sobre o assunto no relatório de 2009, mas a participação no CAE, organismo onde são debatidas todas as questões da profissão a nível europeu, terá sido mínima, ou seja ZERO MENOS!
- Promover uma Rede das Organizações Profissionais da Lusofonia: foi lançado o site do CIALP no Dia Mundial da Arquitectura de 2010, mesmo no final do mandato e assinados 3 protocolos; a organização encontra-se quase inactiva há anos! Ou seja ZERO MENOS!
- Promover e divulgar a Arquitectura Portuguesa junto dos mercados emergentes: ZERO!
- Parcerias com Arquitectos sem Fronteiras e outras ONG: ZERO!
- Reforçar participação portuguesa nas Bienais de Veneza e S. Paulo: não há informação, mas é o tipo de actividade que a actual direcção privilegia, pelo que deve ter sido cumprido!
MAIS ORGANIZAÇÃO
- Reestruturar os serviços nacionais: não há informação disponível, mas julga-se que não houve qualquer reestruturação!
- Implementar revisão do estatuto da OA: ZERO!
- Aprofundar descentralização da OA: se há núcleos e delegações, a maior parte deles são pouco activos, como se tem visto durante a campanha eleitoral!
- Criar melhores estruturas de benefícios socioprofissionais: ZERO!
- Melhorar estrutura e suportes de comunicação: renovação do Boletim feita em cima das eleições;
- Implementar cartão profissional: ZERO!
Com um tal grau de incumprimento não surpreende pois que o Programa da Lista A para o triénio de 2011-2013 repita quase integralmente as mesmas 30 medidas do Programa do triénio anterior, embora acrescidas de mais 10 e com um fraseado um pouco diferente.
Mas que garantias nos dá afinal quem não cumpriu há três anos de que vai cumprir agora?
VOTA NA MUDANÇA! VOTA LISTA B!
Mas que garantias nos dá afinal quem não cumpriu há três anos de que vai cumprir agora?
VOTA NA MUDANÇA! VOTA LISTA B!
Muito bom apanhado parabéns!
ResponderEliminarEspero é que quando forem eleitos também cumpram aquilo que prometem e não fiquem adormecidos como o resto do país!
Força, vou votar na vossa lista e desejo que depois de "eleitos" não se deixem ficar sentados no poder.